3 Dicas para ensinar xadrez a uma criança

1. Diversão

Sim, nós sabemos que o xadrez é uma ferramenta pedagógica poderosa. 

Está provado cientificamente e por experiências ao redor do mundo que o jogo tem potencial para beneficiar o praticante em aspectos como memória, concentração, raciocínio analítico e sintético, poder de decisão, autocontrole, paciência, imaginação, criatividadade, aprendizagem de línguas estrangeiras, metodização dos estudos etc.

Mas, sinto muito, a criança não quer saber de nada disso. Ela quer se divertir.

Lembra: benefício é pra adulto. Eu não teria continuado a jogar pra melhorar minhas notas em matemática, por exemplo.

Sugestões de brincadeiras:

  • Xadrez humano
  • Jogo do tato: com uma venda nos olhos, a criança precisa descobrir que peça está pegando
  • Usar bonecos como peças
  • Baralho do xadrez: a carta sorteada representa a peça a ser jogada (se não puder jogar, passa a vez)

2. Uso da tecnologia

As crianças são nativas digitais. Não concordo em querer retira-las desse ambiente.

Obviamente, é preciso cuidar do tempo de tela e da qualidade do que é consumido.

Mas não parece uma boa ideia brincar de xadrez no tablet? A mim, sim, parece.

Para isso, há diversas opões de aplicativos. Podemos citar: 

  • Chess
  • ChessKid
  • ChessMatec
  • Pocket Chess

3. Bota pra jogar

Imagina uma criança que entra numa escola de música e precisa aprender teoria musical antes de ter a chance de brincar com o instrumento: são grandes as chances de ela desistir.

Assim é no xadrez. Tá lembrando que a criança quer brincar, né?

Mas e se tiver difícil jogar com todas as peças? Daí vamos usar os mini games, jogar com menos peças. Exemplos:

  • Jogo dos Reis (quem atravessar o tabuleiro ganha)
  • Bispo x 3 peões (quem tem o bispo precisa capturar os peões. Quem tem os peões precisa promover ou capturar o bispo).
  • Torre x 4 peões (quem tem a torre precisa capturar os peões. Quem está com os peões precisa promover ou capturar a torre)

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PS: O curso é para jogadores intermediários. Se você for iniciante, melhor ir nesse aqui.

E se for avançado, o caminho são as aulas do meu irmão.

 

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Toda criança deveria ter a chance de conhecer o xadrez, se divertir com ele e – por isso – ter vontade de jogar melhor.  Dessa forma, aproveitar todo o pacote de benefícios de forma leve. Afinal, a criança adora aprender brincando. (Nicolau Leitão)

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Nicolau Leitão é Mestre Nacional e dá aulas de xadrez há mais de 20 anos. Acredita tanto no que faz que abandonou um concurso público federal para ser um professor em tempo integral. Possui alunos premiados internacionalmente – e também aqueles que sequer competem, mas amam o jogo.

Por que Xadrez é tão difícil? (mas será que é mesmo?)

Fotos: Phabricio Santos

A minha resposta é: depende. Calma que eu vou explicar, mas dou um spoiler: ele é realmente muito difícil para umas coisas (e é ótimo que seja) e muito fácil para outras.

Vamos começar logo pela parte mais tranquila? Para aprender a mover as peças e se divertir costuma ser bem suave. Uma pergunta que ouço muito é: “quanto tempo demora para aprender xadrez?”. Em geral, após cerca de meia hora, o aluno já está jogando a primeira partida.

Como jogar xadrez do zero?

Você precisa aprender:

  • Movimentos das peças (são seis peças com movimentos diferentes: rei, dama, torre, bispo, cavalo e peão)
  • Movimentos especiais: roque, promoção e en passant
  • Xeque, xeque-mate e afogado
  • Formas de empate

E tu ainda dizes que é fácil?

Digo! Não há dificuldade especial nesse conteúdo. Obviamente, não são poucas lições a serem aprendidas e as dúvidas irão surgir. Mas se tu praticares um pouco e fores aprendendo com os erros, logo logo vais estar jogando com desenvoltura.

E o que é difícil então?

Bom, jogar bem de verdade vai exigir muito treino e prática. E pra quem tem a ilusão de dominar o jogo, vou logo avisando: esquece!

Mas é ótimo que seja assim. Quem pratica Jogo da Velha pro resto da vida?

Apresento aqui alguns conteúdos que o enxadrista em formação vai precisar estudar pra ir melhorando.

  • Princípios básicos da abertura
  • Mates elementares
  • Padrões de xeque-mate
  • Temas táticos
  • Noções de estratégia
  • Teoria básica dos finais, especialmente de peões
  • Partidas-modelo (volte ao passado – os clássicos são chamados assim por alguma razão, certo?)

Como faço pra aprender isso tudo?

Nunca foi tão fácil ter acesso a informação, graças à internet. Eu, por exemplo, tive a sorte de ser membro de uma família apaixonada pelo xadrez e ter crescido rodeado por ótimos livros (muitos dos melhores já escritos sobre o jogo). Isso continua sendo uma preciosidade para quem mora em uma cidade como São Luís.

Mas atualmente você pode consultar o acervo de lojas como a Ponto do Xadrez, comprar para ler no Kindle ou no aplicativo Forward Chess, assistir a aulas gratuitas no youtube (conheça nosso canal) etc.

O importante é fazer seleção sobre quem seguir. Meus critérios: vejo se tem história, resultados e valida o discurso pela prática.

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E pra ter acesso a um curso completo, estruturado do zero até o aluno ter todos os elementos para começar a jogar bem, é só clicar aqui.

PS: claro que eu não ia perder a chance de um “autojabá”, né? (rs)

Até a próxima!

“Gostar mais de xadrez que de vencer”

Eu costumo dizer que pra minha família, o xadrez é mais que um jogo, mais que esporte, mais que arte, mais que ciência. É tudo isso junto. E mais: é estilo de vida.

Quando tento responder a idade em que aprendi a mover as peças, sequer tenho certeza. Não me lembro de uma cena assim, meu pai me dizendo “filho, deixa eu te ensinar esse jogo”. 

O que não sai da recordação, sim, é estar rodeado por livros (ótimos livros), jogos de peças (lindos jogos de peças), pai e irmãos jogando. Aliás, a influência foi tão grande que nossos vizinhos de Rua 10, no bairro do São Francisco (São Luís-MA), também aprenderam. Tinha até torneio!

Por falar nisso, foi aos nove anos de idade que passei a treinar mais seriamente. Resultado da abertura da Academia Rafael Leitão, em duas ótimas salas do Ed. Los Angeles, no bairro do Renascença, um dos mais bem localizados da capital maranhense.

Escrevendo tudo isso, percebo como fui uma criança privilegiada.

Bom, com essa estutura e grande prazer em jogar, cheguei a conquistar alguns títulos nacionais e estaduais. Destaco ter sido Campeão Brasileiro de Xadrez Rápido Sub 14, em Belo Horizonte-MG, e Campeão Maranhense Absoluto aos 13 anos de idade.

Corte no tempo

Vou propor um corte pra dizer que não cheguei a imaginar viver do xadrez (ainda que houvesse vontade).

Após algumas aventuras, graduei-me em Comunicação, passei em um Concurso Público Federal e continuei meu contato com o jogo – ministrando aulas e jogando. Nesse intervalo, fui Vice-campeão Brasileiro Universitário e Campeão Brasileiro Amador Sub 2200, tornando-me Mestre Nacional.

Sobre o concurso? Não estava exatamente feliz. 

Que tal entrar em uma variante ousada, sacrificar umas peças e aderir à demissão voluntária?

Surge a Escola Leitão

Foi assim que fundei minha Escola, em 1 de janeiro de 2019. O objetivo: devolver ao universo um pouco do que o xadrez fez e faz por mim.

Portanto, obviamente estamos falando sobre algo muito mais amplo do que simplesmente formar campões.

Assim é que temos diferentes perfis de alunos: os competidores (que já conquistaram títulos internacionais, nacionais e estaduais), os que buscam os benefícios cognitivos e aqueles que puramente admiram o jogo.

Todos são igualmente importantes e fazem parte da mesma engrenagem, ainda que de formas distintas.

Princípios

  • Gostar mais de xadrez do que de vencer
  • Focar mais na evolução duradoura que no resultado imediatista
  • Respeitar plenamente professores, parceiros de treino, adversários, árbitros e todo o entorno
  • Jogar limpo. Sempre! Nada de bater peça, acionar forte o relógio, encarar o adversário, buscar ajuda externa etc
  • Do ponto de vista técnico: valorizar prioritariamente os clássicos, cálculo e estudo dos finais
  • Divertir-se. Não podemos nos esquecer de que jogamos xadrez porque gostamos. Não faz sentido sofrer. Tenhamos uma relação leve com o jogo.

Objetivos de médio a longo prazo

  • Fazer com que a Escola se torne maior que eu.
  • Ampliar a equipe de instrutores (todos absolutamente alinhados com nossos valores)
  • Oferecer aulas nas melhores escolas de São Luís (as que ainda não oferecem o ensino do xadrez)
  • Aumentar a presença digital

Referências

Não podemos projetar o futuro nem fazer por onde no presente sem lembrar quem nos ajudou até aqui.

Nada seria possível sem amor do meu pai pelo jogo, sem a luta da minha mãe para nos ajudar a realizar nossos sonhos e sem a excelência do meu irmão Rafael.

A eles, minha gratidão.

5 conselhos a um jovem enxadrista

Se o futebol é o esporte mais popular do mundo, no lar dos Leitão, em São Luís-MA, o esporte-bretão (também amado por nós) sempre sofreu uma forte concorrência: a do xadrez. Assim foi que o Sr. José ensinou todos os filhos a mover as peças em idade precoce.

Ricardo e Rafael foram seguidos por Nicolau. Nós três chegamos a compor uma equipe, carinhosamente apelidada de Os três porquinhos, para disputar e vencer uma edição dos Jogos Escolares Maranhenses, os JEMs.


O irmão mais velho abandonou os tabuleiros de forma competitiva, o do meio se tornou Grande Mestre e um dos maiores nomes da modalidade na história do Brasil. Eu, o caçula, tornei-me Mestre Nacional, professor e acumulei boa experiência, entre erros e acertos. 

 

E é um pouco dessa história que quero compartilhar com você, jovem enxadrista, para ajudá-lo a bater menos a cabeça na parede do que eu. Lembre-se: o inteligente aprende com os próprios erros, os sábios aprendem com os erros dos outros.

1. Construa Uma Relação Leve Com O Xadrez

O primeiro conselho que eu dou é: se você quer competir, construa uma relação leve com o xadrez. Jogue fundamentalmente porque você gosta, porque você ama. Ganhar, empatar e perder fazem parte do processo. Não deixe o medo da derrota paralisar você. Não empate partidas de forma rápida. Permita-se evoluir ao acumular experiência em diversos tipos de posições.

2. Leveza Com Energia

Ter uma postura leve não significa entrar de forma descompromissada. Encare cada partida com toda energia possível. Esteja disposto a jogar longas batalhas, mesmo que durem 100 lances ou mais. E não se preocupe em querer alcançar alguma vantagem de forma rápida. Era de costume eu me angustiar quando isso não acontecia e sobrevoarem minha mente pensamentos do tipo: “ah meu Deus! A partida tá simplificando muito, não tô conseguindo nada!”. Hoje sei que é possível jogar para ganhar quase todas as posições – e que vencer em meia ou em cinco horas rende o mesmo ponto.

3. Fuja Dos Falsos Atalhos

Não adote subvariantes e “esqueminhas” como opção principal do seu repertório. Se o seu objetivo é jogar cada dia melhor, então será necessário jogar linhas clássicas desde o início de sua jornada como enxadrista.

4. Cuidado Com A Tecnologia

Os softwares e clubes onlines são fundamentais, mas não despreze a importância dos tabuleiros físicos e do velho amigo da humanidade, o livro! E ressalto: quando for jogar suas partidinhas pela internet, aproveite a sessão para melhorar. Analise os jogos e faça um diagnóstico dos erros mais frequentes para atacá-los no treinamento.

5. Treine Todos Os Dias

Estabeleça como meta treinar todos os dias, mesmo que seja por meia hora (para responder exercícios de tática, por exemplo). Acredite, é a constância, a consistência que vão fazer você  jogar melhor e ter bons resultados.

Eu garanto: se você adotar essa postura, montar um repertório básico de aberturas, analisar partidas-modelo e resolver exercícios de táticas em todas as sessões de treino, os primeiros pontos virão matematicamente!

Henrique Haiashi é Campeão Brasileiro Escolar Sub 6

"Estou muito feliz por trazer mais um título para o Maranhão. Agora é continuar treinando para os próximos torneios", comemorou o pequeno enxadrista.

O maranhense Henrique Haiashi foi o único a somar cinco dos seis pontos possíveis e faturou o Brasileiro Escolar Sub 6, disputado em Caxambu-MG, de 24 a 26 de setembro.

“O campeonato teve um ambiente ótimo. Ao final, muita gente pediu para tirar foto com o Henrique. Fiquei até um pouco emocionado com tanto carinho”, celebrou o papai Ricardo Haiashi.

Conquistas de 2021

2021 tem sido um ano iluminado para o maranhense. Destacamos seus títulos nacionais e internacionais:

  • Campeão Brasileiro Escolar Clássico
  • Campeão Pan-Americano Blitz
  • Vice-campeão Pan-americano Clássico
  • Vice-campeão Brasileiro Clássico
  • Vice-campeão Brasileiro Blitz

“Realmente são conquistas expressivas, mas é apenas o começo. Nós sempre trabalhamos para o Henrique ter uma formação sólida, sem  ‘truquinhos, armadilhazinhas’. E o principal: ele adora xadrez”, destacou o treinador Nicolau Leitão.

Próxima missão

O próximo desafio de Henrique é o Brasileiro Sub 8, em Juiz de Fora, de 9 a 12 de outubro. Mas para confirmar presença no evento, a família ainda precisa de patrocínio, considerando especialmente o fato dele já ter feito muitas viagens este ano.

Aprendi a mover as peças. E agora?

É muito comum que um enxadrista iniciante fique perdido sobre o que estudar para melhorar no xadrez. Vamos, então, jogar luz sobre esse processo.

Didaticamente, o jogo é dividido em três fases: abertura, meio-jogo e final. Existe bastante teoria sobre cada uma delas.

Princípios básicos da abertura

A abertura, via de regra, vai desde a posição inicial até os jogadores desenvolverem as peças e colocarem os reis em segurança.

Nessa fase, você precisa:

  • Disputar o centro: região mais importante do tabuleiro, onde as peças têm mais poder de ação;
  • Priorizar o desenvolvimento de cavalos e bispos, evitando mover a mesma peça mais de uma vez;
  • Colocar o rei em segurança, fazendo o roque;
  • Ficar de olho nos lances do adversário, especialmente para não colocar peças em casas atacadas e se prevenir das ameaças. Lembre-se: não se joga xadrez sozinho.
  • Resumindo: ocupar o centro com os peões, fazer pressão no centro com cavalos e bispos (dama e torres ficam para depois), rocar e ficar atento aos planos do oponente. Isso já será suficiente para você se virar no início. Não fique obcecado por decorar os lances iniciais, use como guia os princípios básicos.

Meio-jogo: estratégia e tática

No meio-jogo, existem duas situações distintas: quando não há algo concreto a se fazer, você pensa em melhorar suas peças e evitar os planos do adversário. A isso chamamos estratégia. Na hora de avaliar uma posição para formular planos, você precisa levar em consideração aspectos, como material (quantidade e valor das peças), se alguém tem mais espaço, já saiu com mais peças, onde estão os reis, estrutura de peões etc. (falaremos sobre esses temas com mais profundidade em outras aulas).

Quando você pode fazer algo direto, em geral para dar xeque-mate ou ganhar material, falamos de tática.

São temas importantes: mate do beijo-fatal, mate gaveta, ataque-duplo, cravada, ataque descoberto, desvio, atração, eliminação da defesa etc. Para saber mais, aguarde as cenas dos próximos capítulos.

Final: mates elementares

Para conseguir vencer uma partida, você tem de saber dar xeque-mate, certo? Então você tem de estudar inicialmente o mate de rei e duas torres x rei, rei e dama x rei e rei e torre x rei. Cada um tem método próprio e fácil.

Final: teoria básica

Existem basicamente duas formas de vencer uma parte: fazendo um ataque direto ao rei ou convertendo uma vantagem no final, jogando para promover um peão.

Assim, você precisa conhecer a teoria básica, começando pelos finais de rei e peões. Apoderar-se de conceitos como: oposição, peão de torre, zugzwang, casas críticas, casas minadas, temas de afogado, triangulação etc.

Em tempo: muita gente despreza o estudo dos finais. Isso é um erro gravíssimo. Esse treino é fundamental e vai te ajudar a entender melhor o jogo como um todo.

Conclusão

Como você pode ver, para jogar bem xadrez de verdade, é preciso bastante estudo.

Mas o interessante é que cada sessão de treino seja divertida e desafiadora. Curta o processo, com constância e sem pressa. A evolução virá, como dois e dois são quatro.